Engana-se quem pensa que os ovários policísticos trazem apenas alguns sintomas no presente. Eles também indicam que o corpo está caminhando para uma possível síndrome metabólica. Entenda melhor neste artigo.
Entre as mulheres que chegam ao consultório com sintomas de ovários policísticos, as queixas são geralmente as mesmas: alterações menstruais, ganho de peso, aumento dos pelos, dificuldade para engravidar, acne…
Sem dúvida, esses sintomas são fontes de incômodo, causam transtornos. Porém, os prejuízos não param por aí.
Os sintomas decorrentes dos ovários policísticos são, na verdade, indicadores de que a pessoa está desenvolvendo alguns problemas relacionados ao seu metabolismo.
Portanto, eles necessitam de uma atenção que vai além do controle dos sintomas. É preciso atuar nas causas do problema para evitar riscos futuros.
Quer saber que riscos são esses e entender melhor tanto as consequências quanto o tratamento desta síndrome? Então, continue a leitura!
O que é a síndrome dos ovários policísticos?
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) afeta entre 6 e 10% das mulheres em idade reprodutiva. Devido a alterações nos níveis hormonais, ela provoca o surgimento e crescimento de cistos nos ovários.
As mulheres com este quadro produzem mais hormônio masculino (testosterona) do que o normal. Assim, elas passam a ter diversas alterações endócrinas.
A primeira delas é a irregularidade menstrual, caracterizada principalmente por atrasos. Em muitos casos, a mulher ovula e menstrua apenas uma ou duas vezes por ano (anovulação). Consequentemente, torna-se mais difícil engravidar.
Ainda devido ao aumento de testosterona, essas mulheres começam a notar um crescimento de pelos no rosto, seios e abdômen.
As glândulas sebáceas também passam a produzir mais material oleoso. Consequentemente, ocorre um agravamento do quadro de acne.
Também podemos destacar uma tendência maior ao aumento do peso e dificuldade para emagrecer. A obesidade, por sua vez, piora o quadro de ovários policísticos, gerando um círculo vicioso.
Finalmente, algumas mulheres com ovários policísticos manifestam a síndrome com sintomas como queda de cabelo e depressão.
O que causa a síndrome dos ovários policísticos?
Ainda não existe um parecer unânime sobre a causa dos ovários policísticos. Porém, os especialistas já admitem um consenso em alguns aspectos.
No entanto, sabe-se que pelo menos metade das mulheres com esta síndrome apresentam hiperinsulinismo, ou seja, uma produção maior que o normal de insulina.
A resistência à insulina também está presente em praticamente todas as mulheres diagnosticadas com SOP, reforçando, mais uma vez, as implicações metabólicas deste quadro.
Também são comuns problemas no hipotálamo, hipófise e glândulas adrenais, levando a uma produção maior de hormônios masculinos.
Quais são os riscos da SOP para a saúde feminina?
Atualmente, nos Estados Unidos, a SOP é a causa mais comum de infertilidade. O excesso de hormônios masculinos prejudica a ovulação e a presença de cistos, o funcionamento dos ovários.
Portanto, para os casais que estão tentando uma gravidez e ela não acontece, é interessante investigar vários aspectos, incluindo a presença de cistos nos ovários.
Porém, mesmo além do aspecto da fertilidade, a SOP coloca em risco a saúde da mulher, tanto em relação ao metabolismo quanto no aumento de problemas cardiovasculares.
Veja alguns desses riscos:
Síndrome metabólica
Estudos mostram que cerca de 43% das mulheres com ovários policísticos manifestam síndrome metabólica, elevando seu rico cardiovascular em até 7 vezes quando comparadas a outras pacientes sem este quadro.
Problemas cardiovasculares
O impacto sobre a saúde é tão preocupante que mesmo mulheres jovens e não-obesas, quando diagnosticadas com SOP, apresentam marcadores de disfunção endotelial e de aterosclerose subclínica.
Ocorre uma calcificação das artérias coronárias e o espessamento das camadas média e íntima da carótida.
Isso significa que, mesmo essas mulheres jovens, que não são diagnosticadas com aterosclerose, apresentam indícios de que estão desenvolvendo o problema devido às consequências da SOP no organismo.
O excesso de insulina (hiperinsulinemia) contribui para o aumento da produção de hormônios masculinos (androgênios) pelos ovários.
A longo prazo, esse hiperandrogenismo aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Mesmo em mulheres que não estão acima do peso, esse risco se torna tão alto quanto em pacientes com peso elevado, o que é anormal.
Diabetes tipo 2
A síndrome metabólica, por sua vez, aumenta as chances de desenvolver diabetes tipo 2. Portanto, a mulher com SOP fica mais exposta a desenvolver as doenças que mais matam na atualidade.
Câncer endometrial
Apesar de haver um aumento na produção de hormônios masculinos, a mulher com síndrome dos ovários policísticos também produz uma quantidade elevada de estrogênio, que é o hormônio feminino.
Este aumento eleva o risco de hiperplasia endometrial. Com o tempo, este quadro pode levar ao desenvolvimento de um câncer no endométrio.
Esteatose hepática não alcoólica
Todos os efeitos metabólicos da síndrome dos ovários policísticos produz um estado de inflamação crônica de baixo grau. Este quadro leva à esteatose hepática não alcoólica.
Como tratar a síndrome dos ovários policísticos?
É importante entender que, para tratar os ovários policísticos, não basta apenas mascarar esses sintomas.
Durante muito tempo, o tratamento prescrito era o uso de anticoncepcionais. Assim, as pacientes tinham seu ciclo menstrual regularizado, mas não havia uma atuação sobre as causas do problema.
Atualmente, a abordagem à síndrome é diferente. O objetivo é melhorar a captação de insulina pelas células por meio de alguns medicamentos que exercem esta função.
No entanto, a verdade é que, na maioria das vezes, não é necessário tomar remédio para melhorar a captação de insulina e regularizar o funcionamento desses hormônios.
Afinal, existe um conjunto de cuidados e hábitos que podem resolver o problema de forma natural.
Controle do peso, prática de exercícios e uma dieta saudável, com alimentos de baixo índice glicêmico, são muito eficientes para a reversão do quadro.
Embora seja um quadro crônico, é possível regularizar a produção de hormônios, combater a resistência à insulina e equilibrar o metabolismo. O segredo? Mudança no estilo de vida.
Além de combater a síndrome dos ovários policísticos, um estilo de vida saudável previne uma série de doenças. Quer saber quais são os princípios da saúde que proporcionam saúde e qualidade de vida?
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