O medicamento da vez é o Zolpidem, mas o fato é que o consumo de diversos tipos de remédio para dormir vem crescendo a cada ano.
A pergunta é: o que está acontecendo com o sono do brasileiro? Em pouco mais de um mês, estamos aqui falando novamente sobre remédio para dormir.
Há pouco tempo, falamos sobre a melatonina, que atualmente é vendida como suplemento, sem qualquer controle mais rígido das autoridades sanitárias.
Agora, não podemos deixar de comentar o fato de que a venda de Zolpidem está batendo recordes. Somente no primeiro semestre de 2022, foram mais de 10 milhões de caixas vendidas.
Este é um crescimento que está se demonstrando muito consistente. Entre 2012 e 2021, o aumento no consumo deste remédio específico aumentou em 676%.
Como a população não aumentou desta forma, você pode concluir facilmente que um percentual cada vez maior de pessoas está aderindo a esta medicação.
Mas afinal, qual é o risco de tomar Zolpidem para dormir? Isso é o que você vai descobrir neste post. Então, continue a leitura para saber mais.
Quais são os riscos de tomar Zolpidem?
O Zolpidem é um fármaco da classe dos hipnóticos. Muitos médicos o prescrevem para pacientes com o objetivo de induzir o sono.
Porém, esta prescrição deve ser extremamente cuidadosa. A longo e até mesmo médio prazo, ele pode causar dependência, surtos e alucinações.
Além disso, o medicamento torna o organismo tolerante. Isso significa que, no decorrer do tempo, a pessoa precisa de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito.
A recomendação do médico, quando é realmente necessário prescrever o medicamento, costuma ser para o paciente tomá-lo e imediatamente desligar tudo e ir dormir.
Porém, são frequentes os relatos de pessoas que não seguem esta orientação ou que continuam realizando uma série de atividades após a medicação.
Essas atividades podem incluir surtos de sonambulismo, em que a pessoa sai até mesmo dirigindo sem ter consciência do que está acontecendo à sua volta.
Outros relatos incluem compras compulsivas, alterações na aparência, conversas telefônicas e em aplicativos de mensagens sem considerar as consequências.
Embora tenha esses efeitos no comportamento das pessoas, existem ainda os impactos para o organismo. Por isso, seu uso não deve ser considerado recreativo ou feito sem orientação médica.
Ainda mais graves são os casos em que o Zolpidem é misturado com outras drogas, como o álcool, antidepressivos, ansiolíticos etc.
Por que tantas pessoas tomam remédio para dormir?
Em relação ao Zolpidem, a notícia do aumento no consumo deste remédio trouxe à tona um problema grave, mas que não é o responsável pelo consumo excessivo.
Em pouco tempo, a notícia gerou uma série de reações nas redes sociais, com relatos de jovens que utilizam o Zolpidem durante a madrugada justamente para ver qual será o seu comportamento.
Depois disso, eles filmam a si mesmos e compartilham as imagens. Sem dúvida, um comportamento de alto risco para a saúde, pois elas podem até mesmo dirigir sob efeito do medicamento, delirar ou tornarem-se agressivos.
No entanto, o aumento do consumo do Zolpidem é parte de um fenômeno que vai muito além disso. Os remédios para insônia se tornaram bastante comuns.
É fácil compreender este pensamento. Afinal, se pudéssemos resolver um problema tomando um único comprimido, seria ótimo.
Porém, quando o paciente pensa desta forma em relação à sua saúde — o que inclui a insônia, mas não se restringe a ela — geralmente o prejuízo a longo prazo é muito maior que o benefício a curto prazo.
Portanto, o raciocínio se aplica tanto ao uso de medicamentos para insônia quanto para qualquer outro problema de saúde, desde a obesidade até a hipertensão e diabetes.
Se temos um problema, a melhor alternativa para o organismo é sempre solucionar a causa. Mudar os hábitos que nos levam àquela condição é fundamental.
Assim, no caso da insônia, o foco deveria ser o de desenvolver hábitos saudáveis e de higiene do sono, e não simplesmente recorrer a um medicamento.
Mais uma vez, destacamos que em alguns casos pode realmente ser imprescindível prescrever um indutor do sono.
Porém, o número de pacientes com esta necessidade é infinitamente menor do que o de pessoas que tomam o medicamento e que poderiam solucionar o problema corrigindo seus hábitos.
Quais são as consequências de tomar remédio para dormir?
Falamos dos riscos de tomar um medicamento específico, o Zolpidem.
No entanto, o fato de tomar remédios para combater a insônia pode causar outros impactos à saúde. Veja alguns deles:
1. Remédio para dormir tem efeitos colaterais
Medicamentos têm efeitos colaterais, inevitavelmente. Por isso, quando o médico os prescreve, ele entende que, naquele momento, ele evita males maiores do que os que causa.
No entanto, isso não significa que isso é o ideal para o resto da vida. É importante buscar outras soluções, sempre que possível, para retirar o medicamento.
Os medicamentos para insônia não são diferentes. Eles também tem efeitos colaterais como sonolência durante o dia, redução da capacidade de raciocínio, perda da capacidade motora e de memória.
Esses são apenas alguns dos efeitos colaterais. Inclusive, em muitos casos, a pessoa que toma esses remédios não pode sequer dirigir, por exemplo.
Dirigir e operar determinados equipamentos com os reflexos e coordenação motora prejudicados pode causar lesões, quedas e acidentes graves.
2. Remédio para dormir pode mascarar outros problemas de saúde física e mental
Em muitos casos, a insônia surge como um sintoma de outros transtornos mentais ou doenças.
Portanto, silenciá-la com medicamentos dificulta ou atrasa o diagnóstico desses problemas, o que prejudica o tratamento.
A melhor alternativa, diante do quadro de insônia, é realmente procurar um médico não para obter a receita de um remédio, mas para uma profunda revisão da saúde.
Assim, é válido realizar exames, identificar as causas do problema e mudar hábitos em primeiro lugar.
Na maioria dos casos, essas mudanças já restauram o sono, além de prevenir e tratar outras doenças que poderiam causar a insônia.
3. O consumo para remédio para dormir está relacionado ao aumento de suicídios
Estudos que envolvem a revisão de literatura científica sobre o tema mostram que o risco de suicídio é maior entre pacientes que consomem remédios para dormir.
No entanto, é importante salientar que correlação não significa, obrigatoriamente, causalidade.
Ou seja, não é porque muitas pessoas que tomam esses remédios tentam suicídio que o medicamento causa o pensamento suicida.
Essas pesquisas, como o próprio estudo ressalta, não consideram outros fatores como comorbidades psiquiátricas ou exposição a outras drogas.
Portanto, mais uma vez reforçamos o que já dissemos no tópico anterior. Tomar remédio para insônia sem um tratamento mais abrangente pode mascarar uma depressão, por exemplo.
Assim, a pessoa teria ideação suicida (intenção de cometer suicídio) não por causa do remédio, mas devido a uma depressão ou outro transtorno mental não tratados.
Agora você já sabe que, diante de um quadro de insônia, é fundamental buscar um tratamento mais abrangente, que trate as causas da dificuldade para dormir.
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