O transtorno obsessivo-compulsivo, mais conhecido como TOC, é considerado uma doença mental grave. Esse transtorno é comum, crônico e duradouro.
Quem tem TOC encara o desafio de se sentir preso a crises de obsessões e compulsões ligadas a atividades aparentemente corriqueiras como lavar as mãos, se dirigir até um determinado local, lavar a louça, conferir uma informação, entre outros exemplos.
Os dados mostram a seriedade da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ela está entre as 10 maiores causas de incapacitação. A estimativa é que cerca de 4 milhões de brasileiros sofram com o transtorno.
Características do Transtorno Obsessivo-compulsivo
A principal marca do transtorno obsessivo-compulsivo são as atividades realizadas com obsessão e compulsões.
Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são intrusos ou indesejados, mas passam a ser vivenciados.
Já as compulsões surgem em resposta ao pensamento obsessivo. São comportamentos repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente compelido a executar.
O indivíduo que sofre com o TOC sente-se constantemente pressionado. A pressão acontece porque essas ações não podem simplesmente ser executadas, o que já seria desafiador para qualquer pessoa. Elas são ainda acompanhadas de regras que devem ser aplicadas rigidamente.
Os pensamentos obsessivos surgem como um disco riscado, se repetindo continuamente no mesmo ponto dentro da cabeça do indivíduo. O único jeito de se livrar por algum tempo deles é realizar o ritual próprio da compulsão.
Realizar esse ritual dentro das regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas ajuda a aliviar a ansiedade do momento. Porém, a ideia de que precisa seguir o ritual novamente retorna em pouco tempo.
Algumas pessoas com TOC acreditam que se não agirem da forma exigida (embora elas mesmas tenham criado essas regras), algo terrível pode acontecer.
A realização dos rituais parece diminuir a ansiedade, mas isso acontece temporariamente. A ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que essas ações se repetem, reforçando um condicionamento.
O TOC se transforma em um obstáculo não apenas para a rotina do indivíduo, como para toda sua família.
Em geral, os rituais se desenvolvem em áreas como limpeza, checagem ou conferência, organização, simetria, contagem e podem variar de acordo com o nível e evolução da doença.
Os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo envolvem alterações do comportamento e também influenciam o pensamento.
Preocupações excessivas, pensamentos de conteúdo impróprio ou “ruim”, dúvidas e obsessões fazem parte rotina de quem tem TOC, assim como uma mistura de emoções negativas como medo, culpa, desconforto, aflição ou até mesmo depressão e outros transtornos mentais.
Os portadores deste transtorno lidam diariamente com o medo. Temem cometer algum erro, contrair doenças, passarem por alguma situação dramática ou difícil.
Os medos geram os comportamentos de evitação. Evitar situações que possam provocar pensamentos obsessivos passa a ser parte da rotina. Por mais que essa ação não seja característica do TOC, é responsável pela limitação que a doença traz.
Classificações do transtorno obsessivo-compulsivo
Existem dois tipos de transtorno obsessivo-compulsivo:
- Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico: acontece quando as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não chegam a atrapalhar a vida do indivíduo.
- Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: neste tipo do TOC, as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.
Sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo
Rituais compulsivos podem se manifestar em todas as pessoas em determinadas situações, mas nem por isso todas devem ser diagnosticadas com TOC.
O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam a realização de um ritual compulsivo. A ansiedade toma conta da pessoa que sente que só será possível diminuí-la com a realização do ritual.
Apesar dos rituais serem comuns em todas as pessoas, alguns são bem característicos de quem tem o TOC.
Indivíduos com TOC não podem controlar seus pensamentos e comportamentos, mesmo quando esses são vistos como excessivos.
Em média, podem gastar até uma hora por dia com esses pensamentos e comportamentos. Por conta deles, experimentam problemas significativos em sua vida diária.
Ao realizarem os rituais, os indivíduos com a doença não sentem prazer. Eles experimentam uma leve sensação de alívio da ansiedade causada pelos pensamentos.
Algumas pessoas com TOC também distúrbio Tic. Ele acontece com tiques motores de movimentos súbitos, breves, porém repetitivos. Podem ser o piscar ou outros movimentos com os olhos, o encolhimento de ombro ou um empurrão da cabeça, entre tantos exemplos.
Os tiques também podem se manifestar vocalmente com sons repetitivos como limpar a garganta, cheirar ou grunhir.
Diagnóstico do TOC
A identificação do transtorno obsessivo-compulsivo não é rápida. Em geral, apenas nove anos depois de ter manifestado os primeiros sintomas da doença é que o paciente recebe o diagnóstico com certeza e inicia o tratamento.
Por conta desse tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico, a maior parte dos casos é contabilizada em adultos, mas é importante sempre estar atento. O transtorno pode se manifestar em crianças a partir dos 3 ou 4 anos de idade.
Na infância o transtorno é mais comum em meninos. Já no final da adolescência, o número de casos se iguala para ambos os sexos.
Tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo
Os indivíduos com TOC podem ser tratados com medicamentos ou não. É importante ressaltar que os medicamentos sempre devem ser utilizados com o acompanhamento e prescrição de um psiquiatra. Eles aliviam os sintomas, mas não tratam a doença, por isso, a terapia é fundamental.
Existem diferentes tipos de abordagem terapêutica para tratar a doença e pode-se combinar mais de um tipo durante o tratamento. Muitos psicólogos utilizam a terapia cognitivo-comportamental para tratar pacientes com TOC. Sua eficácia sobre a doença é comprovada.
O princípio da terapia é expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. A partir dessa exposição, o indivíduo é preparado para responder de uma forma diferente da atual, libertando-se do comportamento compulsivo.
É muito importante também que o paciente e sua família estejam sempre a par das características da doença, assim como de seus sintomas e tratamentos. Quanto mais informados estiverem sobre o problema, melhor serão os resultados.
Em alguns casos, o psiquiatra entende que o uso de medicamentos é indispensável, pelo menos em um primeiro momento. Os medicamentos indicados nesses casos são antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. Segundo a literatura médica, esses são os únicos fármacos que podem ajudar.
Outro fator importante no tratamento do TOC é o estilo de vida. A prática de exercícios físicos traz muitos benefícios para a saúde mental, além de diminuir o transtorno de ansiedade e elevar os níveis de hormônios que dão a sensação de prazer.
Uma alimentação saudável também influencia grandemente a saúde da mente. Existem alimentos para combater a ansiedade, enquanto outros podem piorar os sintomas.
Ter uma mente saudável ajuda a manter o corpo com saúde. O inverso também é verdadeiro. Conhecer melhor o transtorno obsessivo-compulsivo é importante para aprender a cuidar de você e da sua família. Quer saber mais sobre saúde mental e como o nosso estilo de vida interfere em nosso bem-estar? É só clicar no banner abaixo.