Não há como negar que determinados problemas de saúde física ou mental são uma expressão dos tempos em que vivemos. Um dos exemplos é o transtorno de ansiedade, que se torna cada vez mais frequente e impacta negativamente a qualidade de vida da população.
Uma pesquisa relativamente antiga, divulgada no ano de 2012, revelou um dado preocupante. Entre as 5037 pessoas ouvidas na região metropolitana de São Paulo, 30% declararam ter algum transtorno mental. A ansiedade, incluindo fobias e síndrome do pânico, atingia 20% dos entrevistados.
Mas afinal, o que é ansiedade e o que causa esse aumento nos diagnósticos? Como tratá-la sem viver na dependência de medicamentos? Isso é o que você vai descobrir neste artigo. Continue a leitura.
O que é o transtorno de ansiedade?
A pessoa que sofre com o transtorno de ansiedade sofre com um sentimento exacerbado de preocupação. Diversos temas ocupam a mente por um período grande de tempo — a família, carreira, o futuro, as finanças… — fazendo com que ela permaneça concentrada nesses assuntos.
No caso da ansiedade, a pessoa se sente incapaz de controlar sua preocupação com problemas reais ou não. Insegura e com medo, ela não consegue se mobilizar para solucionar os problemas, mantendo um estado de paralisia diante das circunstâncias.
A ansiedade pode ainda gerar sintomas físicos como dores de cabeça, insônia, sensação de sufocamento ou dificuldade para respirar, boca seca, tremores ou tontura.
Existem dois tipos de ansiedade, a generalizada e a que gera uma crise de pânico. Saiba quais são os sintomas delas:

Quais são as causas do transtorno de ansiedade?
Não há dúvida de que vivemos em um mundo acelerado, em que as pressões são muito maiores do que as sofridas por gerações anteriores.
No ambiente de trabalho, por exemplo, a pressão por resultados é imensa. O medo do desemprego, de não progredir na carreira como esperava ou de não conquistar tudo o que a sociedade define hoje como sucesso prejudica a saúde mental das pessoas.
Além disso, a tecnologia traz mudanças muito rápidas. Novas versões de recursos surgem antes mesmo que a pessoa tenha se adaptado e assimilado totalmente as funções anteriores. Exige-se o uso pleno do potencial dessas ferramentas, gerando uma apreensão constante.
Porém, não são apenas os fatores externos que desencadeiam a ansiedade. Existe uma responsabilidade individual que não pode ser negligenciada. As escolhas pessoais afetam a saúde mental.
Vamos pensar em apenas três fatores: sedentarismo, descanso e alimentação. O impacto deles sobre a saúde mental é gigantesco.
Diversos estudos mostram a relação entre a prática de exercício físico e saúde mental. Assim como ocorre com a depressão e estresse, o sedentarismo está relacionado a altos níveis de ansiedade.
O descanso também é outro fator extremamente importante para a saúde mental. As pessoas reclamam do cansaço e até mesmo esgotamento, mas a verdade é que elas não sabem descansar.
Além do trabalho que esgota a mente e o corpo, do tempo gasto no transporte ou no trânsito, muitos chegam em casa e não descansam. As horas de sono, que seriam essenciais para restaurar a saúde mental, são gastas em frente a uma tela, diante de programas de televisão.
Até mesmo o final de semana, que seria destinado ao descanso, já não tem essa finalidade. Ele muitas vezes é usado para fazer compras, limpar a casa ou em atividades de divertimento que não promovem a restauração física e mental.
Finalmente, temos o fator alimentação. A relação entre o cérebro e o intestino já é bastante conhecida, e revela que não é possível conquistar a saúde mental em um corpo prejudicado por produtos nocivos.
O consumo frequente de alimentos não-saudáveis afeta a microbiota intestinal. Como resultado, o corpo deixa de produzir uma série de substâncias que o cérebro utiliza para amenizar a tensão e provocar o bem-estar, deixando-nos cada vez mais ansiosos, estressados e infelizes.
Nosso objetivo não é minimizar o impacto das pressões e traumas sobre a saúde mental. Esses fatores são importantes e exigem tratamento especializado.
Porém, ao mesmo tempo em que recorremos a esses tratamentos, precisamos fazer o básico — manter o corpo saudável para que a mente fique em paz.
Como solucionar o problema da ansiedade?
Ansiedade, depressão e outros transtornos são considerados problemas decorrentes do estilo de vida moderno. No passado, havia relatos de melancolia, porém nada se compara à proporção que essas doenças tomaram nos dias atuais.
Como destaca o neurocientista Pedro Calabrez, se você quer um cérebro saudável, tenha um corpo saudável. Isso exige uma série de mudanças na alimentação, na prática de exercícios e na forma como encaramos o descanso, mas é a verdade.
Existem tratamentos importantíssimos para o transtorno de ansiedade, e um deles é a psicoterapia. Porém, mesmo esse recurso valiosíssimo não apresentará resultados tão amplos e profundos se o paciente não cuida da saúde de forma completa.
Ainda segundo o neurocientista, muitas pessoas, ao se sentirem afetadas pela ansiedade, buscam até mesmo alternativas para reprogramação mental. Ele destaca que a solução é muito mais simples — o negligenciado “feijão com arroz”, ou seja, os cuidados básicos com a saúde, são suficientes para a maioria das pessoas que buscam a solução para esse problema.
O consumo de estimulantes, embora considerado normal, tem um impacto considerável sobre a saúde mental. Café, chocolate, refrigerantes e açúcar fazem parte da rotina de muitas pessoas. Mais uma vez, trata-se de oferecer ao corpo e à mente exatamente o contrário do que elas precisam diante do transtorno de ansiedade.
E você, sofre com o transtorno de ansiedade? Já pensou que a solução para o problema é muito mais abrangente e envolve também o estilo de vida? Quer saber mais sobre esse assunto? Confira uma página completa de sugestões
