A boa notícia é que surgem opções cada vez mais eficazes e seguras para prevenir a COVID-19 ou tratar a infecção. Assim como a vacina, existem estudos promissores (mas ainda não concluídos) mostrando o efeito de soros e outros recursos para evitar as complicações decorrentes da doença.
Embora todos esses recursos sejam aliados importantes no combate à pandemia, podemos nos perguntar: como cada um de nós, individualmente, pode se preparar para evitar complicações decorrentes da COVID-19?
Nos últimos meses, à medida que os médicos acompanharam e estudaram diversos pacientes, um fator demonstrou grande influência no aumento da probabilidade de complicações decorrentes da COVID-19: a síndrome metabólica.
Já falamos dessa síndrome outras vezes aqui em nosso site. Porém, neste artigo, você terá acesso ao que se sabe até agora sobre sua relação com a COVID-19. Confira!
Síndrome metabólica e COVID-19: condição de vulnerabilidade
A COVID-19 tem mostrado que não se trata apenas de um problema respiratório. Trata-se de uma enfermidade sistêmica, que atinge diversos órgãos.
O Dr. Benício Pereira, diretor da Clínica & SPA Vida Natural, destaca que a COVID-19 exacerba a falta de saúde de grande parte da população. Afinal, não podemos dizer que as pessoas são saudáveis se 52% dos adultos possuem pelo menos uma doença crônica.
Entre as pessoas mais vulneráveis às complicações da COVID-19 estão aquelas que apresentam a síndrome metabólica. Da maneira mais didática possível, falaremos sobre como ela potencializa a ação do vírus e pode levar os pacientes à morte.
Como já falamos em outro artigo, a síndrome metabólica está associada à resistência periférica à insulina. Isso significa que esse hormônio não consegue “abrir as portas das células” para a glicose entrar e ser aproveitada como fonte de energia.
Logo, essa glicose fica circulando pelo sangue e em grande quantidade ―uma condição conhecida como hiperglicemia.
A análise de milhares de casos mostra que tanto a própria resistência à insulina quanto a hiperglicemia dificultam a recuperação dos pacientes com COVID-19. Veja como:
Como a hiperglicemia contribui para o agravamento da COVID-19?
A hiperglicemia danifica diversos órgãos e sistemas do corpo. Além de prejudicar o funcionamento do coração, rins, retina, vasos sanguíneos, encéfalo, pés, sistema arterial e nervoso, ela afeta diretamente o sistema respiratório. Veja a seguir:
Hiperglicemia e sistema respiratório
O aumento da glicose no sangue causa (ou agrava) a microangiopatia pulmonar, que é o dano em vasos capilares do pulmão. Essa é uma condição muito frequente e perigosa na COVID-19.
Ainda no que se refere à respiração, a hiperglicemia diminui a capacidade da membrana eritrocitária para captar e distribuir oxigênio para os tecidos. Assim, ela interfere na estrutura molecular da proteína carreadora do oxigênio.
Hiperglicemia e imunidade
A hiperglicemia é um dos fatores que prejudica a imunidade. Tanto a resposta imune inata como a imunidade celular adaptativa linfo-monocitária são afetadas por essa condição.
Hiperglicemia e risco trombótico
Diante da hiperglicemia, as células plaquetárias adquirem maior poder de agregação, ou seja, de se juntarem e se colarem umas às outras. Em um organismo em condição normal, essa função traz muitos benefícios relacionados à reparação de uma parede lesionada de um vaso sanguíneo.
Portanto, em condições normais, quando uma pessoa sofre uma lesão, ela começa a sangrar. Imediatamente, as plaquetas reagem grudando umas nas outras e, no local da lesão, elas formam uma barreira que impede o sangue de continuar fluindo.
Porém, em condições anormais como a hiperglicemia, essa atividade das células plaquetárias aumenta. Junto a outras consequências da hiperglicemia, elas formam trombos que podem causar obstruções em órgãos como o pulmão, cérebro e coração, causando até mesmo a morte.
Como a resistência à insulina gera complicações nos pacientes com COVID-19?
Quando nosso corpo sofre algum tipo de stress agudo, é natural que a resistência à insulina aumente. Uma doença como a COVID-19 representa um grande fator estressor, o que aumenta a intensidade da resistência à insulina em pacientes graves, inclusive entre os jovens.
Vale a pena lembrar que a forma como a COVID-19 afeta o organismo e as consequências da infecção ainda estão sendo estudadas, visto que se trata de uma doença nova. No entanto, os médicos já descobriram alguns mecanismos.
Como dissemos, a intensidade da resistência à insulina em pacientes com COVID é muito mais alta do que aquela que se observa em pessoas que enfrentam outras infecções virais. Eles acreditam que parte do problema seja uma resposta inflamatória exagerada do organismo na tentativa de combater a doença. O uso de corticoides e drogas vasoativas também contribuiriam para isso.
Portanto, a doença e seu tratamento já aumentam a resistência à insulina. Como isso interfere na recuperação do paciente?
A insulina é um hormônio que possui diversas funções. Ela produz enzimas que estimulam a produção de óxido nítrico, por exemplo, que dilata vasos sanguíneos e regula a pressão arterial e está muito relacionado à manutenção de uma circulação sanguínea normal e o perfeito abastecimento das células com oxigênio e nutrientes.
Outro papel da insulina é regular determinadas substâncias (citoquinas) pró-inflamatórias. Dessa forma, o corpo reage de forma adequada à ação de um invasor, sem exagerar na resposta e causar efeitos adversos.
Por outro lado, a resistência à insulina faz com que essas citoquinas não sejam inibidas de forma eficaz, e o corpo passa a viver em um estado inflamatório crônico, ou seja, permanente.
Porém, se o organismo já tinha uma resistência à insulina, somada à resistência causada pela doença e pelo tratamento, esse hormônio não conseguirá desempenhar suas funções. Logo, além de um problema na produção do óxido nítrico com consequências negativas para a circulação e abastecimento de oxigênio, o corpo sofrerá uma “tempestade de citoquinas”.
Na COVID-19, os marcadores inflamatórios costumam estar elevados já desde o quarto ao sexto dia. A elevação desses índices é, para os médicos, um sinal de um possível mau prognóstico, indicando uma probabilidade mais alta de complicações.
Como a obesidade complica o quadro de pacientes com COVID-19?
Outra condição presente em muitas das pessoas com síndrome metabólica é a obesidade, que por sua vez é um dos fatores de risco para complicações da COVID-19.
O índice de mortalidade entre pessoas com índice de massa corporal superior a 30 kg/m2 chegou a 60,9% dos pacientes internados em UTI. Além disso, no Reino Unido, 72% dos internados na UTI apresentavam obesidade ou sobrepeso.
Com todas essas questões, podemos concluir que a síndrome metabólica, especialmente quando a pessoa apresenta também hiperglicemia, causa uma grande dificuldade para difundir oxigênio pelo organismo. Além disso, a resistência à insulina agrava complicações relacionadas à pressão arterial, aumenta processos tromboembólicos, agravando a angústia respiratória.
Como viver livre da síndrome metabólica?
Grande parte das doenças que mais matam na atualidade não são causadas por um invasor, como a COVID-19. Todas elas têm um fator em comum ― são resultado de hábitos que prejudicam o nosso organismo e provocam um estado crônico de inflamação.
Por isso, a única forma de evitar ou tratar a síndrome metabólica é mantendo um estilo de vida saudável. Apesar do desafio de mudar hábitos, a boa notícia é que todos os recursos para essa transformação estão disponíveis para todos, gratuitamente. Aqui na Clínica & SPA Vida Natural, nós os chamamos de fatores de saúde ou, simplesmente, os 8 remédios naturais.
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Fontes:
Devido à relação entre síndrome metabólica e diabetes, grande parte deste artigo baseou-se nas informações publicadas em https://www.diabetes.org.br/sindrome-metabolica-e-covid-19-onde-as-vias-se-cruzam/