Você está envolvido em sua rotina repleta de compromissos quando, sem nenhuma explicação ou motivo aparente, surge uma mancha vermelha no seu cotovelo. Logo começa a coceira.
Essa pequena mancha pode ser o primeiro sinal de psoríase — uma doença que, apesar de não colocar a vida em risco, incomoda bastante e faz com que a pessoa carregue marcas ao longo da vida.
O diagnóstico de uma doença incurável sempre assusta. Porém, com o tratamento certo e uma abordagem sistêmica, é possível controlar e administrar os sintomas. Mas afinal, o que é a psoríase e como lidar com ela?
O que é a psoríase?
A psoríase é uma doença crônica inflamatória da pele. Não é transmissível, mas é dolorosa e impacta a qualidade de vida dos pacientes de maneira negativa.
O Relatório Global sobre Psoríase divulgado pela Organização Mundial da Saúde mostra que a doença é mais comum em pessoas de 50 a 69 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.
O relatório também divulgou que a prevalência da psoríase varia entre 0,09% e 11,4% da população, o que faz com que seja um sério problema global.
A psoríase tem manifestações cutâneas, ou seja, manchas ou placas que se formam com alteração de coloração e descamação da pele.
O incômodo da doença não está apenas no que enxergamos na pele, mas também nas outras comorbidades que a acompanham como artrite psoriásica, doença cardiometabólica, doença gastrointestinal e transtornos de humor.
Quais são os sintomas da psoríase?
A psoríase tem diferentes tipos de manifestações e gravidades. Cada uma das variações tem uma característica que a diferencia das demais. Alguns sintomas são bem característicos: coceira, dor, inchaço e rigidez nas articulações.
As manchas também estão presentes com tons esbranquiçados ou avermelhados e escamas que podem ser brancas ou prateadas. Após o pico da doença, as manchas costumam ficar escuras. A pele também fica ressecada e com rachaduras. As unhas, grossas e com sulcos.
Nos diferentes tipos da psoríase encontramos alguns sintomas mais específicos.
Psoríase artropática
Seu surgimento costuma ser repentino e acompanhado de dores nas pontas dos dedos das mãos e dos pés, além das dores nas articulações.
Psoríase Eritrodérmica
Neste tipo da doença, as lesões se apresentam de maneira generalizada por quase todo o corpo.
Psoríase Gutata
Neste caso, as lesões são pequenas e se manifestam de maneira localizada, com formato semelhante a uma gota.
Costumam aparecer no tronco, nos braços e nas coxas e estão associadas a processos de infecção. Este caso da doença é mais comum em jovens adultos e crianças.
Psoríase Invertida
Neste tipo da doença, as lesões são úmidas e localizadas em áreas de dobras como couro cabeludo, joelhos e cotovelos.
Psoríase Palmo-plantar
Fissuras de lesão se apresentam nas palmas das mãos e solas dos pés.
Psoríase Pustulosa
Neste tipo da doença, as lesões aparecem nos pés e nas mãos ou espalhadas pelo corpo. A grande diferença entre as outras manifestações é a presença de pus.
Psoríase Ungueal
Marcada pelo surgimento de depressões ou manchas amareladas nas unhas das mãos ou dos pés.
Psoríase Vulgar ou em placas
As lesões aparecem de maneira variada, são delimitadas e avermelhadas. Normalmente, são acompanhadas de escamas secas, prateadas, acinzentadas e aderentes nos cotovelos, couro cabeludo e joelhos.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por um médico e baseado no aspecto das escamas e das placas. A localização das lesões pelo corpo também é um aspecto importante para a avaliação.
Em alguns casos, o médico pode solicitar uma amostra do tecido da pele para realizar exames e descartar outros distúrbios, como o câncer de pele.
Qual é a relação entre psoríase e sistema imunológico?
A psoríase é uma doença autoimune. Ainda não se sabe exatamente qual é o mecanismo que desenvolve essas doenças, mas sabemos que fatores relacionados ao estilo de vida e manutenção da saúde física e mental podem intensificar os quadros.
Tanto o estresse físico como o mental impactam nos diferentes tipos de doenças de pele.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia mostra que um número expressivo de pacientes diz que as lesões aparecem ou se agravam após situações de estresse agudo ou crônico, como episódios de luto, divórcio ou estresse pós-traumático.
A psoríase tem no campo emocional um forte fator desencadeador e potencializador. Quando uma pessoa passa por situações de estresse excessivo, ela tem um desgaste em seu bem-estar físico e psicológico afetando todo o organismo, incluindo o sistema imunológico.
Outra consequência que pode acompanhar a psoríase é o desenvolvimento de doenças emocionais, como a depressão e a ansiedade.
Isso acontece, em grande parte, pelo mal-estar que a psoríase causa. Mesmo que a doença não seja transmissível, ela deixa marcas na pele que chamam a atenção de outras pessoas.
Por falta de informação, algumas pessoas temem o contágio e evitam o contato com o paciente com psoríase. Outras vezes, ele mesmo se afasta por vergonha de sua aparência. Ambas as situações trazem grande sofrimento.
Como tratar a psoríase?
Existem vários tratamentos e terapias médicas aconselhadas para combater os sintomas da psoríase. Embora na maioria das vezes a ação imediata é a prescrição de agentes tópicos e medicamentos, é preciso tratá-la de uma maneira mais profunda.
Em muitos casos, cuidados com a dieta e estilo de vida não são discutidos nas visitas clínicas. Isso é lamentável, pois esses recursos são fortes aliados para aliviar os sintomas e proporcionar qualidade de vida.
A prática regular de exercícios físicos diminui o estresse. Os exercícios aeróbicos, por exemplo, liberam hormônios como a endorfina e serotonina, que garantem o equilíbrio de várias funções do corpo e uma sensação de bem-estar.
Para controlar os sintomas da psoríase, é importante também evitar práticas que são prejudiciais ao organismo, como o tabagismo. Fumar não apenas influencia o início da psoríase, como também piora a manifestação do fenótipo da doença, ou seja, aumenta o risco de lesões.
Os impactos do tabaco também são vistos na gravidade clínica da doença. Ele aumenta o risco do surgimento ou agravamento das comorbidades da psoríase, como as doenças cardiovasculares, a doença inflamatória intestinal e o câncer.
Os hábitos saudáveis promovem o funcionamento equilibrado do sistema imunológico, garantindo uma melhor resposta do organismo no combate aos sintomas desta doença autoimune.
Evitar alimentos gordurosos e o consumo excessivo de açúcar também diminui a ansiedade e melhora os índices do sistema imunológico, além de atuar no equilíbrio de outros índices importantes para a saúde física, como o colesterol e triglicérides.
Finalmente, não poderíamos nos esquecer da saúde mental. Como já mencionamos, ansiedade, estresse e outros transtornos desta natureza estão diretamente relacionados ao surgimento ou agravamento da psoríase.
Portanto, o tratamento dessa doença precisa envolver uma abordagem sistêmica, que trata o corpo e a mente através de psicoterapia e alterações no estilo de vida.
Na Clínica & SPA Vida Natural, o Programa Reviva oferece essa abordagem multidisciplinar. O paciente é avaliado e orientado por médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos para reverter a doença.
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