Não basta querer. A decisão é o primeiro passo para a libertação do alcoolismo, mas a verdade é que entre a escolha e o final deste processo existe uma longa e dolorosa jornada.
Tratar o alcoolismo é um grande desafio. Parte desta dificuldade acontece porque o consumo do álcool é tão aceito culturalmente que as pessoas nem sempre enxergam que ultrapassaram os limites e agora manifestam dependência.
Porém, mesmo para quem admite a necessidade de tratamento, este processo é bastante desafiador. Vamos falar sobre essa dificuldade nos próximos tópicos. Confira!
Como saber se uma pessoa é alcoólatra?
Nem sempre uma pessoa é alcoólatra, mesmo que ela exagere na bebida. Esta confusão, inclusive, dificulta o tratamento de quem realmente depende do álcool.
Muitas vezes, conhecemos alguém que bebia muito e, de um momento para outro, decidiu parar. A partir daí, olhamos para outras pessoas que também bebem muito, mas que são realmente alcoólatras, e pensamos: “ele não para porque não quer. No dia em que tomar vergonha na cara, para”.
Porém, não é assim. Há pessoas que abusam do álcool, mas não são dependentes. Seu cérebro não ativa os mesmos mecanismos quando recebe álcool que o cérebro de um alcoólatra ativa.
Quando se fala em alcoolismo propriamente dito, ou seja, dependência do álcool, precisamos classificar o problema em alguns graus. Saiba quais são eles:
Etilismo (ou alcoolismo) social
Neste caso, a pessoa sofre de um transtorno do uso de álcool em nível leve. Isso significa que ela pode ou não beber com muita frequência, não sente uma necessidade incontrolável de álcool.
Porém, o etilista leve já começa a dar alguns sinais de que sua relação com o álcool é mais complexa. Ao começar a beber, ele tem muita dificuldade para se controlar e saber a hora de parar.
Além disso, ao consumir álcool, essas pessoas podem ter comportamentos problemáticos e causar constrangimento para outras pessoas. São frequentes as atitudes abusivas ou agressivas.
Então, em um churrasco, a brincadeira perde a graça para todo mundo, mas o etilista social tem dificuldade para perceber isso e não consegue parar.
Etilismo (ou alcoolismo) crônico
O etilismo crônico pode ser moderado ou grave. Geralmente, esta pessoa já começa a ter uma série de problemas de falta de produtividade no trabalho, nos estudos ou de relacionamento familiar devido à bebida.
Não é incomum esta pessoa ter até mesmo problemas jurídicos, pois quando está alcoolizado pode ter atitudes agressivas, causar acidentes e incorrer em outros excessos.
Quais são os sintomas do alcoolismo?
A pessoa é considerada alcoólatra quando o consumo dessa substância é associado aos seguintes sintomas:
- Compulsão: desejo incontrolável de beber. Muitas vezes, a pessoa sente a necessidade de tomar bebidas alcoólicas ainda pela manhã.
- Descontrole: quando começa a beber, a pessoa não consegue parar até cair, dormir ou ser retirada daquela situação por alguém.
- Sintomas físicos de abstinência: ao ficar sem álcool, a pessoa sente náuseas, suor, tremores e ansiedade incontrolável.
- Tolerância: em termos de “bem-estar” e relaxamento, o álcool faz cada vez menos efeito, o que leva a pessoa a consumir doses progressivamente maiores. Vale a pena destacar que, quanto ao prejuízo para o organismo, não acontece essa redução do efeito. Ou seja, o álcool faz mal do mesmo jeito, mesmo que a pessoa nem perceba que está embriagada.
Por que é difícil tratar o alcoolismo?
Existem razões químicas e sociais que dificultam o tratamento do alcoolismo. Veja quais são elas:
O álcool não carrega o mesmo estigma que outras drogas
Na maioria das famílias, a descoberta de que um filho usa drogas traz preocupação, perplexidade e gera esforços para que essa pessoa receba tratamento o mais rápido possível.
O álcool, embora seja uma droga, não carrega esse estigma. Pelo contrário, desde cedo as crianças veem seus pais bebendo no churrasco com a família e até mesmo nas festas infantis. Esquisito é quem não bebe.
Logo ao se tornarem adolescentes, muitas pessoas são estimuladas pela própria família a experimentarem a bebida alcoólica. Em outros ambientes, o álcool também é perfeitamente normalizado.
O principal problema de tudo isso é que, embora algumas pessoas estimuladas a beber consigam manter um consumo apenas social, para outras esse encontro com o álcool é o primeiro passo de uma jornada de decadência e morte.
A dificuldade para enxergar o problema é ainda maior quando o alcoólatra se mantém funcional por um tempo razoavelmente longo. Isso significa que ele consegue trabalhar e realizar uma série de atividades normais.
Porém, ao final do dia e, em alguns casos, até mesmo no horário do expediente, ele precisa de álcool. Essa necessidade o consome a ponto de ele não conseguir continuar suas atividades sem beber.
No entanto, mesmo que aparentemente a bebida não cause tantos prejuízos, este vício causa uma série de perdas para a saúde e, principalmente, para os relacionamentos pessoais e familiares.
Vale lembrar que, do ponto de vista clínico, nenhuma dose de álcool é segura para consumo humano. Portanto, mesmo os bebedores sociais podem desenvolver doenças devido a esse hábito.
Porém, o alcoólatra tem um aumento exponencial desses riscos. Basta lembrar que 37% dos condutores mortos em acidentes de trânsito têm álcool em seu sangue, entre 20 e 25% dos acidentes de trabalho também ocorrem devido ao uso de álcool e outras drogas e que a bebida ainda está relacionada ao aumento de violência doméstica, agressão e homicídios em geral, maus-tratos a crianças e abuso sexual (PAHO).
Portanto, embora o álcool seja extremamente prejudicial e afete diversas esferas da vida de um indivíduo, ele ainda não é visto pela sociedade como uma droga perigosa, que deve ser evitada a qualquer custo. Tudo isso dificulta o tratamento.
O alcoolismo é causado por múltiplos fatores
Existem diversos fatores associados ao alcoolismo. Não se trata apenas de consumir a bebida, mas de como seu corpo reage a ela. A priori, sabemos que filhos de alcoólatras estão mais propensos a desenvolver este problema.
No entanto, é muito difícil estabelecer uma relação muito clara entre a genética e o alcoolismo. Sabe-se que a hereditariedade causa uma pré-disposição, mas ela é potencializada também por fatores ambientais com impacto emocional.
Afinal, entre os indivíduos estudados, os traumas que eles sofreram devido ao vício dos pais também estão entre os fatores que desencadearam a dependência.
A conclusão desses estudos é que, seja por fatores genéticos ou uma combinação desses com os fatores ambientais, 70% dos alcoólicos têm parentes próximos que apresentavam problemas com o alcoolismo.
Portanto, se você tem casos assim na família e percebe que não tem tanto controle com a bebida, ou que alguém próximo a você apresenta essa dificuldade, é importante procurar ajuda.
O tratamento do alcoolismo pode ser traumático
Embora o consumo de álcool não tenha o mesmo estigma de outras drogas, o tratamento do alcoolismo em instituições pode ser traumático. Afinal, muitos alcoólatras são encaminhados a instituições psiquiátricas onde ficam isolados e com pacientes com outros transtornos.
Algumas vezes, esse isolamento é realmente a única alternativa. Porém, quando é possível, é importante proporcionar ao alcoólatra um ambiente mais ameno para esse tratamento.
Na Clínica & SPA Vida Natural, a nossa proposta é proporcionar esse ambiente diferenciado. A pessoa permanece em tratamento, mas está hospedada em um SPA, com todo o conforto, convivendo com outras pessoas sem qualquer transtorno.
Portanto, sua sensação é de descanso e normalidade, e não de isolamento físico e psíquico. A arquitetura integrada à natureza e os tratamentos promovem bem-estar e eliminam o incômodo que uma internação psiquiátrica convencional poderia desencadear.
Como tratar o alcoolismo?
Por se tratar de um problema multifatorial, o tratamento do alcoolismo também precisa considerar diversos fatores. Aqui na Clínica & SPA Vida Natural, nós temos uma abordagem multidisciplinar.
Nosso primeiro foco é desintoxicar o organismo, acelerando a eliminação do álcool que ainda se encontra no sistema do paciente. Para isso, nós programamos uma série de intervenções, desde a alimentação até procedimentos que estimulam a eliminação de toxinas.
Além disso, a psicoterapia é uma das ferramentas que nós utilizamos para que o paciente desenvolva estratégias de combate ao alcoolismo. Ele aprende a identificar gatilhos e a evitá-los em seu dia a dia.
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