Em uma guerra, é esperado que as tropas sejam atacadas pelos inimigos, o que infelizmente provoca muitas mortes. Porém, existe uma outra situação de perda, que acontece quando os soldados de uma nação se confundem e atacam os próprios aliados. Esses acidentes são chamados de fogo amigo.
Isso não acontece apenas durante uma guerra. As doenças autoimunes geram no nosso organismo uma situação muito parecida. Elas acontecem quando as células de defesa começam a atacar outras células e órgãos do próprio corpo, gerando desde alergias relativamente simples até problemas de saúde muito graves.
Mas e você, sabe o que são doenças autoimunes? Quer entender como o corpo se engana e passa a atacar suas próprias estruturas e por que o tratamento dessas patologias pode ser tão complexo? Então, continue a leitura e saiba mais sobre o tema.
O que são doenças autoimunes?
Existem diversas doenças autoimunes. Diabetes tipo 1, asma, alergias, lúpus, artrite reumatoide, tireoidite de Hashimoto, esclerose sistêmica progressiva são apenas algumas das principais patologias que se enquadram nessa classificação. Todas elas têm a mesma origem: o sistema imunológico, que deveria defender o organismo, passa a atacá-lo.
O ataque dos anticorpos (células de defesa) a tecidos originalmente saudáveis do corpo causa uma série de prejuízos à saúde. Em alguns casos, eles destroem células necessárias ao bom funcionamento do organismo. Em outras situações, causam um estado crônico de inflamação.
Vamos tomar como exemplo o diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil. Quando a pessoa desenvolve esse problema, suas células de defesa fazem uma confusão. Elas entendem que as células beta do pâncreas, fundamentais para a produção de insulina, são inimigas.
Assim, as células de defesa atacam as células beta e as destroem. O corpo perde sua capacidade de produzir insulina, o açúcar se acumula no sangue e as outras células do organismo ficam sem energia para realizarem suas funções.
O mesmo acontece com todas as outras doenças autoimunes. O radar do sistema de defesa vê inimigos por todos os lados, dentro do próprio corpo e passa a atacar determinadas regiões. Na artrite reumatoide, as articulações são os alvos. Na asma e outras alergias respiratórias, a reação é o inchaço e inflamação das vias aéreas.
Para o doente com lúpus, a situação é ainda mais grave. O sistema de defesa se mobiliza para atacar diferentes tipos de tecidos: articulações, pele, coração, pulmão, rins, fígado e cérebro. Por isso, a pessoa pode ter sintomas bastante diversos, o que dificulta o diagnóstico.
A esclerose progressiva sistêmica, ou esclerose múltipla, também compromete diversos órgãos e sistemas do corpo. De forma simplificada, podemos dizer que os anticorpos atacam o revestimento dos neurônios, que é a bainha de mielina.
Com a bainha de mielina prejudicada, o organismo tem dificuldade para levar os impulsos nervosos de um neurônio para outro. Assim, mesmo que o cérebro dê uma ordem para a pessoa pegar uma xícara, por exemplo, esse comando não chega às mãos e a pessoa não consegue executar o movimento.
Como esse processo acontece no corpo todo, aos poucos a doença afeta a audição, a visão, a coordenação motora, a linguagem, a memória e, finalmente, as funções básicas do organismo.
Por que as doenças autoimunes se desenvolvem?
Ainda não se sabe exatamente qual é o mecanismo que causa as doenças autoimunes. Elas são mais comuns em pessoas que têm outros doentes em suas famílias, o que mostra uma possível predisposição genética.
Porém, como sempre destacamos aqui no site, a Medicina do Estilo de Vida entende que a predisposição genética não significa destino. Além dos genes, herdamos os costumes de nossas famílias, que também podem favorecer o desenvolvimento dessas doenças.
Por isso, mesmo diante de um histórico clínico familiar pouco favorável, é possível quebrar esse ciclo adotando hábitos saudáveis. Nossas escolhas alimentares, a prática de exercícios e a utilização dos 8 remédios da natureza têm o poder de ativar genes bons e desativar genes que desencadeiam doenças. Portanto, é isso que define nosso destino.
Além disso, estudos que analisam a ocorrência de doenças autoimunes em diferentes populações e imigrantes mostram uma grande influência de fatores ambientais (1). Eles percebem que crianças que se mudam para outros países aumentam ou reduzem as taxas de desenvolvimento dessas doenças conforme seu novo ambiente, independentemente do risco apresentado em seu país de origem e no histórico familiar.
Outros estudos que reforçam a importância do estilo de vida revelam que a falta de vitamina D é um dos fatores que contribui para o desenvolvimento de doenças autoimunes (2). Também existem pesquisas que relacionam as reações autoimunes à migração de uma bactéria que vive no intestino, a Enterococcus gallinarum, para outros órgãos do corpo (3).
Mais uma vez, as pesquisas mostram que fatores ambientais que estão sob nosso controle podem contribuir para o desenvolvimento de uma doença autoimune ou para evitá-la. Essa é uma excelente notícia, visto que não temos influência nenhuma sobre a genética, mas podemos modificar nossos hábitos para evitá-las e tratá-las.
Como é feito o tratamento de uma doença autoimune?
O tratamento para doenças autoimunes é complexo. Embora existam remédios para combatê-las, isso geralmente traz um resultado negativo para a saúde. Afinal, o papel desses medicamentos é suprimir a ação do sistema imunológico, ou seja, silenciar as células de defesa.
Embora essa abordagem proporcione um certo alívio dos sintomas dessas doenças, ela coloca o organismo em risco. Os medicamentos não conseguem inibir a ação dos anticorpos apenas sobre os tecidos do corpo. Eles deixam de reconhecer e atacar também os perigos reais que afetam a nossa saúde.
Portanto, os vírus e bactérias também terão mais acesso ao organismo, podendo provocar uma série de doenças e até mesmo levar a pessoa à morte.
Além disso, os próprios medicamentos causam uma série de efeitos adversos ao organismo. Usuários frequentes de substâncias como corticosteroides, por exemplo, conhecem os efeitos do uso prolongado. Piora nos quadros de hipertensão arterial, diabetes, úlceras pépticas, osteoporose e insuficiência cardíaca estão entre eles.
Poderíamos citar os outros medicamentos utilizados e seus efeitos adversos. Porém, a grande questão é: a menos que as causas do problema sejam eliminadas, esses recursos conseguirão apenas minimizar os sintomas, mas haverá uma progressão da doença.
Por isso, tanto pensando na prevenção quanto no tratamento, é essencial mudar o estilo de vida. Em diversos casos, terapias complementares podem ser indicadas, como geoterapia, hidroterapia, massoterapia com óleos essenciais analgésicos e exercício físico realizado de acordo com a prescrição médica e sob a orientação de um educador físico são importantes aliados na restauração da saúde e promoção do bem-estar.
Entendeu como o corpo desenvolve as doenças autoimunes? Quer saber mais sobre os hábitos que promovem a saúde e contribuem para a cura de doenças? Assine a nossa newsletter e receba essas informações diretamente em seu e-mail ou WhatsApp.
Fontes:
(1) Comparação entre taxas de doenças autoimunes entre populações e imigrantes.
Muito bom… quero receber no meu email arquivos semelhantes a esse. Se puder enviar-me agradeceria…
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