Um em cada três brasileiros. Esse é o número de pessoas que desenvolve um problema de saúde cada vez mais comum e pouco comentado — a esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado. A ausência de sintomas claros torna o quadro ainda mais perigoso, acarretando uma série de riscos ao indivíduo.
Quer saber quais são as consequências da esteatose hepática, bem como os métodos para prevenção e tratamento? Então, continue a leitura e confira algumas informações fundamentais que selecionamos neste artigo. Veja a seguir!
O que é a esteatose hepática?
Ao contrário do que as pessoas pensam, a gordura que se acumula em nossos corpos não causa apenas problemas estéticos. Embora uma parte fique alojada sob a pele, as células adiposas também afetam outros órgãos, como o coração e o fígado.
Portanto, a esteatose hepática e o acúmulo de gordura no fígado. É relativamente normal esse órgão conter células adiposas. Porém, quando esse índice ultrapassa os 5%, o quadro se torna preocupante e exige tratamento rápido.
A prevalência da esteatose hepática varia de acordo com os hábitos das pessoas. Na população em geral, o percentual de pessoas que desenvolvem a doença fica entre 20 e 40%. Em obesos, diabéticos ou indivíduos com síndrome metabólica, esse índice aumenta.
Quais são os níveis e consequências da gordura no fígado?
A esteatose hepática pode ser leve, quando a pessoa não apresenta sintomas específicos. Quando o volume de gordura aumenta, o diagnóstico é de esteatose hepática intermediária ou moderada. Nesse caso, já começam a aparecer alguns sinais do problema, como:
Depois dessa etapa intermediária, a doença se desenvolve e se torna ainda mais grave. Os estágios seguintes são a inflamação do fígado e a fibrose. Nesse caso, o indivíduo apresenta sintomas como:
Além da inflamação e da fibrose, a esteatose hepática não tratada por evoluir para quadros sérios, como a hepatite gordurosa (esteato-hepatite) e a cirrose hepática. Nos casos mais graves, ela pode dar origem ao câncer no fígado. Para alguns indivíduos, o transplante pode se tornar a única solução.
Qual é a causa da esteatose hepática?
A esteatose hepática tem duas causas principais. A primeira é o consumo de bebidas alcoólicas. No entanto, mesmo pessoas sem o hábito de consumir álcool podem desenvolver a doença devido a hábitos não-saudáveis, especialmente a alimentação desregrada.
Portanto, alguns fatores contribuem para o desenvolvimento dessa doença. Os principais são:
- sobrepeso ou obesidade;
- variações muito rápidas no peso (perda ou ganho);
- sedentarismo;
- diabetes;
- alterações nos lípides, como colesterol alto e triglicérides;
- hipertensão arterial;
- hábitos alimentares inadequados;
- inflamações crônicas no fígado.
Algumas mulheres desenvolvem a esteatose hepática em situações bastante específicas, como durante a gravidez ou quando apresentam a síndrome dos ovários policísticos.
Essa doença tem outro fator de risco bastante curioso — a origem étnica. Ela é mais comum em orientais ou pessoas de procedência hispânica. Os africanos e seus descendentes, por sua vez, têm chances menores de desenvolver esse quadro.
Porém, vale a pena lembrar o que sempre afirmamos aqui no site: predisposição genética não é uma sentença. Os hábitos são o fator mais importante para o surgimento de doenças, pois são capazes de desativar ou ativar genes, sejam eles causadores de patologias ou protetores do organismo.
Além disso, existem algumas condições que são consideradas fatores de risco para a gordura no fígado. Entre eles, está o uso de determinados medicamentos (corticoides, estrógeno, antirretrovirais, amiodarona, tamoxifeno e diltiazen), apneia do sono e hipotireoidismo.
Portanto, se você faz parte do grupo de risco para o desenvolvimento da esteatose hepática por algum desses motivos, é fundamental ficar atento. Consulte seu médico e realize os exames que ele solicitar.
Pode ser necessário fazer análises laboratoriais ou exames de imagem, como o ultrassom, tomografia ou ressonância magnética. Em alguns casos, o médico percebe alterações no tamanho do fígado apenas por tocá-lo durante a avaliação clínica. Felizmente, é possível reverter esse quadro, mas é necessário fazer alterações no estilo de vida.
Como eliminar a gordura no fígado?
Como grande parte das doenças contemporâneas, a esteatose hepática pode ser revertida com alterações no estilo de vida. Em alguns casos, o médico até prescreve alguns remédios. No entanto, se o indivíduo não adotar hábitos saudáveis, que resolvem a raiz do problema, os resultados não serão plenamente satisfatórios.
O tratamento para eliminar a gordura no fígado envolve:
1. Reeducação alimentar
A alimentação saudável é essencial para reduzir a quantidade de gordura no fígado. Especialmente entre as pessoas que vivem no ocidente, existe o hábito de consumir alimentos industrializados, processados e especialmente gordurosos. Basta olharmos a quantidade de alimentos fritos que são vendidos nos fast-foods, ou a quantidade de gordura presente nos produtos congelados ou pré-preparados.
Por isso, é fundamental adotar uma alimentação saudável. Reduzir ou mesmo eliminar gorduras, sal, açúcar, refinados e processados é o primeiro passo para limpar o fígado. É necessário incluir no cardápio grãos e cereais integrais, verduras, legumes, frutas e sementes, acelerando o processo de limpeza.
2. Redução do peso corporal
A redução do peso corporal também é outro fator importante para eliminar a gordura no fígado. Como já dissemos, as células gordurosas não se acumulam apenas sob a pele, mas também em nossos órgãos internos. Quando o indivíduo começa um programa para perda do peso, o organismo faz essa limpeza de dentro para fora, reduzindo automaticamente a esteatose hepática.
Vale a pena destacar, no entanto, que essa redução do peso corporal precisa ser feita de forma responsável. É necessário investir em uma reeducação alimentar que proporcione resultados graduais, mas sem sacrificar a saúde. Dietas radicais podem até mesmo agravar o caso, pois liberam uma quantidade muito grande de gordura que, ao chegar o fígado, sobrecarrega o órgão e acentua o quadro inflamatório.
3. Prática de exercícios físicos
Os exercícios são grandes aliados na eliminação da gordura no fígado. Eles promovem um aumento no consumo de calorias por parte do corpo, o que dificulta o acúmulo de tecido adiposo ou até mesmo ajuda a eliminá-lo. Além disso, a atividade física produz substâncias que ajudam a controlar o apetite e reduzem a necessidade de consumo de alimentos pouco saudáveis.
Além disso, quando praticamos exercícios, nós gastamos a energia que estava nos músculos. Para repô-la, o organismo recorre ao estoque de gordura presente no fígado. Portanto, a atividade física é fundamental para evitar o acúmulo de tecido adiposo e também para acelerar a redução dessas células no fígado.
4. Abstinência do álcool
Quem tem esteatose hepática precisa parar de consumir bebidas alcoólicas. Sempre que uma pessoa ingere esse tipo de produto, as moléculas de etanol são metabolizadas no fígado, que sempre fará o possível para eliminá-las completamente do organismo.
No entanto, se pessoa ingere doses altas de álcool, especialmente em um período de tempo muito curto, ocorre uma concentração de substâncias tóxicas para as células hepáticas do fígado. Ao longo do tempo, elas se tornam menos eficientes e perdem a capacidade de executar suas funções da forma como o corpo necessita.
5. Mudança no estilo de vida
Existem alguns alimentos que são especialmente benéficos para o fígado. Também há plantas com propriedades que contribuem para restabelecer o bom funcionamento desse órgão.
Porém, é importante destacar quem nem os alimentos e nem as plantas são soluções milagrosas. Elas são coadjuvantes nesse processo de desintoxicação, mas não podem ser vistas como um tratamento isolado. Embora mudar hábitos seja um desafio, essa atitude é imprescindível para solucionar as causas do problema e proporcionar uma vida saudável.
Você já sabia que a gordura no fígado é tão perigosa? Foi diagnosticado ou conhece pessoas que têm essa doença? Quer ajuda para mudar seus hábitos? Então, não perca tempo! Assine a nossa newsletter e receba artigos, receitas, vídeos, entrevistas e outros materiais para ajudá-lo a viver mais e melhor!
Ótimas dicas! Irão me ajudar muito.
Que bom, Camila! Ficamos felizes! Se cuida! 😉
PRECISO CARDÁPIO P PAI 77 ANOS. DR. GASTRO DISSE Q ESTA COM GORDURA NO FÍGADO AVANÇADO COMO UMA QUASE CIRROSE. PAI HIPERTENSO, DIABÉTICO TOMA GLIFAGEM, LOSARTANA, HCT, FENISTERIDA. PQ ME AJUDAR?
Olá, Sirlene!
Somente um nutricionista consegue elaborar um cardápio apropriado para o seu pai, ainda mais se tratando de um quadro delicado como esse. Sugiro que você procure um profissional de confiança na sua cidade. Se não conseguir, sugerimos marcar uma consulta particular online com uma das nossas nutricionistas. O telefone é 11 4711 3800.