Com certeza, ninguém gosta de ficar avaliando o próprio cocô. Porém, compará-lo à escala de Bristol é importante para avaliar o funcionamento do intestino.
Definitivamente, ficar olhando para as próprias fezes não é algo que desejamos. Além de repletas de bactérias, elas possuem um cheiro característico e não agradável.
Porém, o hábito de avaliar nossas fezes mostra como o nosso intestino está funcionando. Consequentemente, indica se é preciso mudar alguns hábitos.
O que é a escala de Bristol?
A escala de Bristol foi desenvolvida por pesquisadores britânicos em 1997 e tem como objetivo classificar as fezes de acordo com sua forma e consistência.
Ela descreve, visualmente, diferentes tipos de fezes, desde aquelas secas, duras e com formato muito definido até as fezes líquidas.
Na imagem abaixo, você pode conferir esta escala:

Embora o formato já proporcione uma boa ideia do que pode ser considerado normal ou não quando se trata de fezes, a descrição ajuda a classificar com mais clareza:
Tipo 1
As fezes do tipo 1 são formadas por caroços duros e separados, semelhantes a nozes. Geralmente, a pessoa tem dificuldade de defecar, pois eles são secos e não deslizam facilmente pelo reto e ânus.
Em muitos casos eles podem ter uma cor bem escura e até mesmo preta. Não é incomum causarem dores no momento que a pessoa defeca.
Tipo 2
Na Escala de Bristol, as fezes do tipo 2 começam a ter um formato mais alongado, como uma salsicha. Porém, ainda assim, a superfície é irregular, como se fosse formada por muitos bloquinhos compactados.
Tipo 3
As fezes do tipo 3 apresentam o formato de uma salsicha, ou seja, são alongadas e quase regulares. No entanto, a superfície possui rachaduras. Neste caso, as fezes também podem ser pretas.
Tipo 4
Ao chegarmos ao tipo 4, podemos falar que a pessoa tem as fezes “ideais”. Elas têm o formato de salsicha, ou seja, são alongadas.
Porém, a principal diferença é o fato de que essas fezes são suaves. Elas não são ressecadas e deslizam com facilidades pelo reto e pelo ânus, sem causar desconforto durante sua eliminação.
Tipo 5
As fezes do tipo 5 também não são ressecadas. No entanto, elas já deixam de ter o formato alongado e são eliminadas como bolas menores.
Os contornos dessas fezes são regulares, ou seja, dá para ver claramente as diferentes partes. São um pouco mais moles que o tipo 4, mas ainda não são consideradas uma diarreia.
Tipo 6
O tipo 6 da Escala de Bristol apresenta fezes moles, bem pastosas, com bordas indefinidas, formando uma massa única. Neste estado, já se considera que a pessoa está com diarreia.
Tipo 7
As fezes são totalmente líquidas, sem forma e não apresentam nenhuma parte sólida. Mais uma vez, elas correspondem a uma diarreia.
Qual é a importância da escala de Bristol?
Atualmente, a escala de Bristol é muito utilizada tanto por médicos quanto por pesquisadores. Afinal, trata-se de um material de fácil utilização e a pessoa consegue identificar rapidamente seu tipo de fezes.
Então, com base nesta classificação, o médico avalia a função intestinal do paciente. A partir daí, detecta e investiga a causa de problemas como constipação ou diarreia frequentes.
O tipo 4, como já mencionamos, é o ideal. Porém, quando o paciente também apresenta fezes dos tipos 3 e 5, elas também são consideradas dentro de uma faixa de normalidade.
Os tipos 1 e 2 são mais frequentes em pessoas constipadas. Este quadro costuma causar muito incômodo às pessoas, que geralmente também apresentam inchaço e mal-estar devido à retenção de fezes.
No entanto, o principal problema é o fato de que, ao não resolver esta situação, o paciente pode desenvolver outras doenças. Veja a seguir:
Relação da prisão de ventre com outras doenças
A retenção das fezes pode causar uma série de doenças. Afinal, quando não eliminamos esses dejetos, o corpo absorve substâncias que deveriam ser excretadas e sofre processos inflamatórios devido a isso.
Outras vezes, a constipação é apenas um dos sintomas de uma doença com a qual o organismo já está sofrendo.
Abaixo, selecionamos alguns exemplos desses problemas:
Hemorroidas
Quando a pessoa não consegue eliminar as fezes rapidamente, elas permanecem no intestino e no reto por um período prolongado.
Então, durante este tempo, o próprio intestino começa a reabsorver a água do bolo fecal. Consequentemente, as fezes ficam secas e duras, exigindo um grande esforço no momento da defecação.
Esse esforço intenso causa hemorroidas, que são veias inchadas e dolorosas ao redor do ânus. Muitas vezes, essas veias formam uma protuberância na região, dificultando a limpeza e agravando inflamações.
Fissuras anais
As fissuras anais são pequenas rachaduras ou cortes na pele ao redor do ânus, causadas geralmente pelo esforço ao eliminar fezes ressecadas e pelo atrito que elas causam nesta região.
As fissuras anais costumam ser muito dolorosas, especialmente no momento da defecação. Além disso, elas podem causar sangramento ou coceira.
Diverticulite
Devido à constipação crônica, uma pessoa pode formar pequenos sacos ou bolsas na parede do intestino grosso. Esses pontos são chamados de divertículos.
A princípio, os divertículos não causam incômodo. Porém, as fezes se acumulam neles e iniciam um processo inflamatório. Esta inflamação é chamada de diverticulite.
Nós temos um artigo completo sobre este assunto. Então, sugerimos que você confira e saiba tudo sobre a diverticulite e diverticulose.
Impactação fecal
A impactação fecal ocorre quando as fezes se acumulam no reto e no cólon e, por permanecerem ali por um longo tempo, formam uma massa endurecida e seca.
Em grande parte das vezes, a impactação fecal dificulta a defecação e torna o ato até mesmo doloroso. Porém, alguns pacientes precisam de uma intervenção médica para eliminar essa massa fecal endurecida.
Incontinência fecal
Nosso ânus é fechado por músculos que o mantém contraído, impedindo a perda fecal involuntária. Porém, ao forçar esses músculos durante a defecação, eles podem ser danificados e perder esse controle.
Síndrome do intestino irritável
A constipação não causa a síndrome do intestino irritável, mas é um dos sintomas deste problema. É importante ficar atento à prisão de ventre, especialmente quando acompanhada de inchaço, dor abdominal e episódios de diarreia.
Câncer colorretal
A prisão de ventre crônica costuma ser um dos fatores que aumenta o risco de desenvolvimento de câncer colorretal.
Relação entre diarreia e outras doenças
Assim como a constipação, a diarreia também pode ser sintoma de outras doenças. Então, fique atento e descubra quais são elas:
Infecções virais ou bacterianas
A diarreia pode sinalizar infecções causadas por vírus e bactérias, como as que acontecem após uma intoxicação alimentar, bem como a gastroenterite.
Síndrome do intestino irritável
Como falamos no tópico anterior, a pessoa com síndrome do intestino irritável alterna episódios de constipação e diarreia.
Doença inflamatória intestinal
Muitas das inflamações no intestino podem causar diarreia. Entre elas, destacamos a doença de Crohn e colite ulcerativa, que afetam o revestimento do intestino.
Para conhecê-las melhor, sugerimos que você veja nosso artigo completo sobre a doença inflamatória intestinal.
Alergias e intolerâncias alimentares
A intolerância ou alergia a diversos alimentos também costuma provocar diarreia. Algumas delas são a intolerância à lactose e a doença celíaca.
Hipertiroidismo
Quando a glândula tireoide produz hormônios em excesso, o que acontece quando a pessoa tem hipertireoidismo, essa condição pode afetar a digestão, causando diarreia.
Medicamentos
Diversos medicamentos podem causar diarreia, seja como efeito colateral da substância utilizada ou por destruição da microbiota intestinal.
Portanto, pode ser necessário procurar o médico para recompor esta flora intestinal, especialmente após o uso de antibióticos, quimioterapia, radioterapia ou laxantes.
Agora você já sabe qual é a importância da escala de Bristol e também quais são os problemas de saúde que o formato das fezes pode indicar.
E você, sofre com o intestino preguiçoso? Então, clique na imagem abaixo e confira 5 dicas para acabar com este problema!
