Entretenimento disponível o tempo inteiro, comida hiperpalatável, álcool e até mesmo o fácil acesso às drogas ― hoje, tudo é programado para que o cérebro tenha uma inundação de dopamina. Mas qual é a relação entre esses fatores?
O que seus bisavós comiam, 50 ou 60 anos atrás? A maioria das pessoas nem para com o objetivo de pensar nisso, mas o fato é que a alimentação era muito mais simples do que hoje.
Arroz, feijão, legumes e verduras, pão (geralmente caseiro), algumas carnes… Eles comiam comida de verdade.
Hoje em dia, a situação é bastante diferente. Para muitas pessoas, boa parte do cardápio é composta por industrializados, ultraprocessados e hiperpalatáveis.
E o que isso significa? Que nossa alimentação reflete, na verdade, um padrão que se estende a outras áreas da vida ― tudo precisa proporcionar uma grande quantidade de dopamina ao cérebro. Mas qual é o problema disso?
Este post traz algumas respostas referentes a esse assunto. Não pretendemos esgotá-lo, pois se trata de um tema muito extenso. Porém, vale a pena refletir sobre alguns aspectos importantes. Confira!
O que é dopamina?
A dopamina é um dos neurotransmissores que o nosso cérebro produz. Trata-se de uma substância química que está relacionada à sensação de prazer e recompensa.
Portanto, sempre que nós temos a expectativa de que algo bom vai acontecer, quando nossa mente interpreta sinais de que teremos uma experiência prazerosa, nosso cérebro já libera a dopamina.
Muitas atividades promovem esta liberação de dopamina. Comer é uma forma de estimular a produção de dopamina, o que nos faz sentir prazer com o alimento e desejarmos nos alimentar novamente, preservando nossa vida.
Se você pratica esportes, por exemplo, também terá muita dopamina sendo liberada ao longo da atividade, bem como em seus momentos de passatempo, hobbies e ao ouvir música.
No entanto, outras atividades que promovem uma grande liberação de dopamina não são saudáveis. Entre elas, estão o uso de drogas, ingestão de alimentos hiperpalatáveis, o entretenimento e até mesmo as redes sociais.
Saiba mais a seguir!
Qual é a relação da dopamina com o vício?
Nosso cérebro funciona bem quando está em equilíbrio. Isso significa que mesmo o que é bom, quando produzido em quantidade exagerada, traz efeitos negativos.
A dopamina é um componente-chave do sistema de recompensa do cérebro. Portanto, nos sentimos bem quando esta substância é produzida e nosso cérebro cria uma associação positiva entre o comportamento e seu resultado.
Porém, quando determinados comportamentos fazem nosso cérebro a produzir uma quantidade excessiva de dopamina, isso nos faz chegar a um estado de euforia.
É isso o que acontece quando nós comemos alimentos hiperpalatáveis, usamos algum tipo de droga (o que inclui álcool, cigarro e substâncias ilícitas), quando temos contato com pornografia ou em situações de jogos.

Naquele momento, a pessoa se sente muito bem devido à descarga de dopamina. No entanto, essas grandes quantidades de dopamina tornam o cérebro menos sensível à ação deste neurotransmissor.
Portanto, à medida que o tempo passa, a pessoa precisa de cada vez mais dopamina para obter o mesmo efeito de prazer. Ocorre todo um desequilíbrio no sistema de recompensa.
Esse é o mecanismo que faz com que as pessoas desenvolvam comportamentos compulsivos, desde o comer transtornado até o vício em jogos, drogas ou conteúdo pornográfico.
É importante que você entenda que a dopamina não é o problema. Afinal, ela é uma substância produzida naturalmente pelo corpo e tem funções fundamentais à nossa sobrevivência.
O problema consiste no fato de termos criado e usarmos métodos artificiais para provocar um hiperestímulo à dopamina, o que faz com que desenvolvamos vícios.
Também não podemos nos esquecer de que, ao provocarmos este hiperestímulo à produção de dopamina, o que antes era prazeroso passa a ser percebido como menos agradável, pois “subimos a régua” artificialmente.
Por isso, o hiperestímulo à produção de dopamina tende não só a nos tornar viciados, mas também a nos sentirmos insatisfeitos com as situações normais da vida.
Como equilibrar os níveis de dopamina?
Vale a pena destacar que não existe nenhum diagnóstico de vício em dopamina.
No entanto, muitos profissionais usam esse termo para descrever pessoas dependentes de comportamentos que elevam a produção de dopamina.
Em alguns casos, a pessoa precisa se livrar desses comportamentos. Isso ocorre principalmente com vícios como uso de drogas, jogos de azar e até mesmo eletrônicos, pornografia e adicção sexual, e assim por diante.
Porém, em outros casos, a pessoa precisa se reeducar para eliminar o transtorno relacionado ao comportamento. Um exemplo é a comida. Ninguém pode deixar de comer, mas precisa restabelecer um padrão alimentar saudável.
Então, selecionamos alguns passos importantes para vencer esta dependência:
1. Reconheça o problema
Identifique quais são as áreas da vida que estão indicando uma necessidade de hiperestimular a produção de dopamina.
Para muitas pessoas, o comportamento indicativo é comer demais ou de forma errada, o que leva ao aumento de peso, obesidade ou outras condições como esteatose hepática, diabetes e síndrome metabólica.
Já em outras pessoas, o problema se manifesta por meio de uma dependência de medicamentos, álcool ou cigarro. Portanto, o primeiro passo é reconhecer esta condição.
2. Procure ajuda profissional
Em muitos casos, é fundamental que a pessoa tenha ajuda profissional para superar esta dependência. Por isso, na Clínica & SPA Vida Natural, nós disponibilizamos uma equipe multidisciplinar durante o tratamento.
Os profissionais envolvidos dependem da necessidade de cada pessoa, mas geralmente médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos podem contribuir muito para a superação da dependência.
3. Pratique exercícios
O exercício físico contribui para regular os níveis de dopamina de forma saudável. Ele também ajuda a mente a desenvolver mecanismos para resistir à sensação de necessidade de recompensas imediatas.
Ao reduzir o estresse, o exercício também evita que a pessoa sinta o desejo de recorrer a esses comportamentos prazerosos (mas viciantes) como uma forma de compensar sua realidade.
Para muitas pessoas, o estresse e outras situações do dia a dia funcionam como gatilhos para comportamentos compulsivos. O exercício proporciona bem-estar, alivia essas tensões e amplia a capacidade de resistência.
4. Mantenha uma dieta equilibrada
Alimentos ricos em proteínas de boa qualidade, sem excesso de gordura, vegetais, frutas e grãos integrais contribuem para a saúde do cérebro. Além disso, eles proporcionam nutrientes sem hiperestimular a produção de dopamina.
Portanto, alimentos mais naturais, com o mínimo de processamento possível, devem compor a maior parte do nosso cardápio.
Por outro lado, produtos ricos em açúcar, gordura e sal podem levar ao desequilíbrio do sistema de produção de dopamina, acentuando esses comportamentos indesejados.
5. Melhore suas condições de sono
O sono adequado é essencial para regulação do humor e da produção de neurotransmissores, incluindo a dopamina. Portanto, é importante preparar seu corpo e seu ambiente para dormir melhor.
6. Invista em relacionamentos
Relacionamentos saudáveis são um antídoto contra comportamentos compulsivos. Eles proporcionam uma fonte natural de prazer, além de nos protegerem de situações de risco.
Portanto, cerque-se de boas companhias, que mantenham hábitos saudáveis junto com você. Isso fará toda a diferença!
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