A maioria das mulheres só se lembra dos ovários quando sente alguma dor, especialmente aquelas que sofrem com as cólicas no período da ovulação. O diagnóstico do câncer de ovário não é fácil. Por isso, é importante tomar cuidado!
Como eles ocupam uma posição profunda no abdômen, o tumor pode passar despercebido por muito tempo. O diagnóstico precoce não costuma ser frequente e a doença é considerada silenciosa ― o que aumenta seu perigo.
Esse é um dos motivos que torna a mortalidade por câncer de ovários superior às mortes causadas por outros tumores ginecológicos. Isso mostra a importância de falar sobre esse assunto.
Estatísticas do câncer de ovário
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero.
Existem mais de dez tipos diferentes de câncer de ovário. Eles se desenvolvem a partir do crescimento e da multiplicação desordenada das células encontradas nesse órgão.
Analisando suas características, eles são classificados em dois grandes grupos. Os epiteliais e os não epiteliais. Uma grande parte das neoplasias ovarianas, ou 95% dos casos, é derivada das células que revestem o ovário, ou epiteliais.
O restante dos casos provém de células germinativas, aquelas que formam os óvulos, e também das células estromais, responsáveis pela produção da maior parte dos hormônios femininos.
Em 2020, a estimativa do INCA era de 6.650 novos casos de câncer de ovário no Brasil. Em 2019, o número de óbitos registrados pelo Atlas de Mortalidade por Câncer foi de 4.123.
A falta de conhecimento da doença, bem como os riscos associados a este tipo de câncer, reforçam a importância de entender o assunto para cuidar melhor deste órgão.
Os sintomas são silenciosos só aparecem quando a doença já está instalada no organismo. Seus sinais também podem ser confundidos com os de outras enfermidades.
O câncer de ovário geralmente se manifesta no período posterior à menopausa, mas também pode aparecer em mulheres jovens, ainda em idade reprodutiva.
Fatores que aumentam o risco de câncer nos ovários
Até este momento, não existem muitas informações sobre a origem desta doença. O que se sabe é que existem fatores de risco que aumentam a chance de ela se desenvolver. Esses fatores são:
Idade
Mulheres com idade superior aos 50 anos costumam apresentar maior risco da incidência de carcinoma epitelial de ovário.
Fatores reprodutivos e hormonais
O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tiveram vários filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter o risco aumentado para este tipo de câncer.
A primeira menstruação antes dos 12 anos e a idade tardia na menopausa, após os 52 anos, podem estar associadas ao maior risco deste câncer.
É importante destacar que, mesmo com a infertilidade sendo um fator de risco para o câncer de ovário, a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco para o desenvolvimento da doença.
A terapia pós-menopausa também não se apresenta como um grande risco para o desenvolvimento do câncer de ovário.
Histórico familiar
É indispensável que toda mulher conheça o histórico de câncer em sua família. Quando várias pessoas já apresentaram câncer de ovário, de mama e colorretal, existe um risco aumentado de desenvolver a doença.
Fatores genéticos
As mutações em genes como BRCA1 e BRCA 2 estão relacionadas ao risco elevado de câncer de mama e de ovário. É muito importante lembrar que, embora exista uma carga genética, o nosso estilo de vida tem grande responsabilidade no desencadeamento da ação desses genes.
Precisamos entender qual é o verdadeiro papel da hereditariedade nas doenças crônicas. A epigenética tem mostrado que, quando se trata de doenças, a herança muitas vezes é superestimada.
Com bons hábitos, os genes têm muito menos chance de se manifestarem, o que acentua a importância de evitar o próximo fator de risco.
Excesso de peso corporal
O sobrepeso e a obesidade geralmente se apresentam no organismo humano acompanhados de um estilo de vida sedentário e também de uma má alimentação.
Além de ser um fator de risco para o desenvolvimento de câncer no ovário, a obesidade também desencadeia várias doenças crônicas, influenciando na qualidade de vida.
Sinais e sintomas do câncer de ovário
Na fase inicial do câncer de ovário, seus sintomas não são específicos. Quando o tumor cresce ele pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, na pelve, nas costas ou nas pernas.
Sintomas como náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia também estão ligados à doença, assim como o cansaço constante. Fique atenta também a mudanças nos hábitos urinários, como a urgência para urinar.
Medidas de prevenção ao câncer de ovário
Há fontes que sugerem que a mulher deve emendar uma cartela de pílula na outra para não ovular e reduzir as chances de câncer de ovário. Porém, será que essa é mesmo a melhor alternativa para prevenir essa doença?
É importante que você esteja ciente de que todo hormônio ingerido traz consequências para o organismo da mulher. Talvez esse hábito até evite o câncer de ovário, mas não é natural e pode repercutir negativamente em outros aspectos de saúde, inclusive no que se refere ao câncer de mama.
A prevenção recomendada por médicos inclui a atenção aos fatores de risco, o cuidado com o peso corporal e, é claro, o acompanhamento médico regular, principalmente após os 50 anos.
O exame preventivo ginecológico, o papanicolau, não detecta o câncer de ovário. Este exame é específico para detectar o câncer do colo do útero.
Este tipo de prevenção pode ser chamada de secundária, pois o acompanhamento médico identifica lesões precocemente e permite tratá-las.
Se você acompanha nossos artigos, já sabe da influência de um estilo de vida saudável sobre a nossa saúde. Por isso, sempre destacamos que cuidar da sua saúde física e mental diariamente é a prevenção primária contra o câncer de ovário.
Mesmo as mulheres com casos de câncer de ovário na família ou a predisposição genética para o desenvolvimento da doença podem evitar seu desenvolvimento com bons hábitos.
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