Não basta viver mais. É preciso viver melhor. Por isso, é natural que, com o aumento da longevidade, as pessoas se preocupem como evitar as doenças da terceira idade e também o declínio cognitivo.
Diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, artrite, artrose ― a lista de doenças que costumam aparecer na terceira idade parece infinita.
Porém, tão preocupante quanto essas doenças que afetam de forma muito evidente a saúde física, é o declínio cognitivo, que afeta 34% da população na terceira idade.
Essa condição causa uma série de limitações funcionais. Afinal, prejuízos ao nosso raciocínio, memória e tomada de decisão afetam negativamente a nossa vida.
Porém, o momento de se preocupar com o declínio cognitivo não é aos 60 ou 70 anos. É agora! Muitos dos processos que levam ao declínio cognitivo começam por volta dos 40 anos ou menos.
Então, se o seu plano é chegar à terceira idade com a mente afiada, sendo capaz de realizar suas atividades diárias com autonomia, agora é a hora de prestar atenção aos seus hábitos.
Baseados em estudos científicos, vamos falar sobre o impacto da alimentação e outros hábitos sobre a cognição. Continue a leitura para saber mais.
O que é declínio cognitivo?
Declínio cognitivo é à diminuição gradual das habilidades cognitivas ao longo do tempo, ou seja, a redução da nossa capacidade de memória, atenção, raciocínio e em outras funções mentais.
De forma equivocada, o declínio cognitivo tende a ser considerado uma parte normal do envelhecimento. Porém, a verdade é que ele é evitável e não ocorre da mesma forma em todas as pessoas.
Antes de continuarmos, é importante destacar que existe diferença entre o declínio cognitivo e a demência.
O declínio cognitivo é um processo longo e gradual de redução das habilidades cognitivas. Ele pode incluir esquecimentos ocasionais, diminuição da velocidade de processamento mental e outros desafios como esses.
Embora cause alguns transtornos, o declínio cognitivo não impacta a rotina do idoso a ponto de impedir uma vida autônoma.
Por outro lado, a demência é um termo geral que descreve uma variedade de doenças e condições que, à medida que avançam, interferem drasticamente na rotina do idoso.
A demência pode afetar várias áreas da função cerebral como a memória, atenção, comunicação, julgamento, visão espacial, atividade motora e assim por diante.
Alguns exemplos de condições que causam demência são o Alzheimer, a demência frontotemporal, demência com corpos de Lewy, entre outras.
Fatores que aceleram o declínio cognitivo
A maioria dos fatores que aceleram o declínio cognitivo estão relacionados aos nossos hábitos. Saiba quais são os principais a seguir:
Consumo de alimentos industrializados
A alimentação é um dos pilares da saúde. Portanto, não poderíamos deixar de esperar que seu impacto sobre o cérebro fosse gigantesco.
Nós sempre falamos, aqui no site, que uma alimentação saudável é a mais natural possível: verduras, frutas, cereais, leguminosas e sementes preparadas de preferência na fora integral e com o mínimo de processamento.
Também já alertamos, aqui, sobre o risco dos ultraprocessados. Esses produtos alimentícios são responsáveis por 57 mil mortes no Brasil a cada ano, ou seja, matam mais que acidentes de trânsito e crimes violentos.
Uma pesquisa publicada pela Universidade de São Paulo (USP) confirma essas informações. Eles utilizaram os dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil).
Este estudo, que acompanha os hábitos e as condições de saúde de cerca de 15 mil pessoas desde 2008, demonstra que, quando mais de 20% das calorias diárias que uma pessoa consome vêm de produtos ultraprocessados, o declínio cognitivo é 28% maior.
O problema é que estamos tão acostumados aos ultraprocessados que nem mesmo os reconhecemos. Eles fazem parte do nosso dia a dia.
Alguns exemplos são os pães de forma (ou outros industrializados com textura semelhante), macarrão instantâneo, refrigerantes, embutidos (presunto, salsicha, mortadela etc), cereais matinais… a lista é imensa!
Então, cuidado! Se você fizer uma lista do que come todos os dias, é possível que descubra que os ultraprocessados ultrapassam 20% das calorias ingeridas diariamente.
Sedentarismo
O sedentarismo também acelera a redução da capacidade cognitiva. Afinal, a pessoa sedentária deixa de desfrutar de uma série de benefícios que o exercício proporciona à saúde cerebral.
Ao nos exercitarmos, o fluxo de sangue para o cérebro aumenta, fornecendo oxigênio e nutrientes essenciais às células cerebrais.
O exercício tem ainda a capacidade de potencializar a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro para formar novas conexões neurais, essenciais para a aprendizagem e memória.
Um benefício menos conhecido do exercício é a liberação de fatores neurotróficos ― proteínas que contribuem para a sobrevivência, crescimento e manutenção dos neurônios, bem como a formação de sinapses.
Também não podemos nos esquecer de que o exercício reduz a incidência de problemas de saúde que aceleram a perda de capacidade cognitiva como diabetes e hipertensão, ao mesmo tempo em que atenua a depressão e a ansiedade.
Finalmente, a prática de exercícios previne a atrofia cerebral relacionada à idade. Como nossos médicos sempre afirmam, o exercício é uma polipílula que não deve ser negligenciada.
Consumo de drogas (incluindo o álcool)
Quando falamos em consumo de drogas, muitas pessoas pensam apenas nas substâncias ilícitas, como maconha, cocaína e os recentes opioides, que estão causando um efeito devastador à saúde.
Porém, aquela cervejinha consumida até mesmo nas reuniões de família causa um grande estrago ao cérebro. O álcool também é uma droga, quer aceita pela sociedade ou não. O mesmo vale para o cigarro.
Quando se trata do cérebro e das funções cognitivas, todas essas drogas, lícitas ou ilícitas, têm um efeito devastador.
O cigarro, como sabemos, contém inúmeras substâncias tóxicas, incluindo a nicotina. Já o álcool é composto por etanol, ou seja, ele não contém toxinas, ele é uma substância altamente tóxica.
Porém, o álcool, além de ser uma toxina, se desdobra em outros metabólicos igualmente tóxicos, como acetaldeído e radical hidroxila.
Todas essas toxinas, tanto do cigarro quanto do álcool e de outras drogas, causam estresse oxidativo e inflamação, ou seja, geram danos e morte às células cerebrais.
O álcool afeta principalmente o hipocampo, uma região do cérebro vital para a memória. As células desta área não resistem do consumo frequente de bebidas alcoólicas.
Também entre os efeitos do álcool podemos destacar o prejuízo à qualidade do sono, que é fundamental para consolidar memórias e para a função cognitiva geral.
Quando consumimos álcool, o nosso corpo não consegue processar os alimentos da mesma forma, o que causa deficiências nutricionais.
Uma dessas deficiências é a de vitamina B1 (tiamina), que contribui para o surgimento de condições neurológicas sérias, como a encefalopatia de Wernicke e a psicose de Korsakoff.
Além disso, tanto o tabagismo quanto o alcoolismo comprometem a circulação sanguínea e, consequentemente, o suprimento de oxigênio e elementos nutricionais para o cérebro. A má circulação no cérebro leva à demência vascular.
Finalmente, fumantes crônicos podem ter uma taxa acelerada de diminuição do volume cerebral, principalmente nas áreas associadas à memória, aprendizagem e atenção.
Se fôssemos citar todos os maus hábitos que aceleram o declínio cognitivo, a lista seria muito extensa. A boa notícia é que, ao cultivar bons hábitos e os 8 fatores de saúde praticados na Clínica & SPA Vida Natural, você estará mantendo seu cérebro saudável por muitas e muitas décadas.
Quer saber que fatores de saúde são esses? Clique na imagem abaixo e conheça os princípios que norteiam a Medicina do Estilo de Vida e o trabalho da Clínica & SPA Vida Natural.
